As micro e pequenas empresas têm um papel importante no Brasil, representando 99% das cerca de 19 mil empresas ativas no país e sendo responsável por 62% dos empregos. No entanto, a falta de gestão do negócio é um dos motivos para a inadimplência dessas empresas. Dados da Serasa Experian apontam que 5,5 milhões das micro e pequenas empresas têm dívidas em atraso.
Mas administrar um pequeno negócio é a mesma coisa que gerir uma grande empresa, apenas em menor escala? Não, porque as micro e pequenas empresas apresentam características próprias e que podem e devem ser utilizadas por elas, como a possível proximidade entre o varejista e o cliente para compras presencial, digital ou em canais integrados.
Confira algumas ferramentas de gestão que você pode implantar no seu negócio, de maneira independente ou com o suporte de um consultor:
Planejamento Estratégico
Na definição do Sebrae, Planejamento Estratégico é uma ferramenta que traz acima de tudo, uma ampliação da visão da pequena empresa quanto ao seu ambiente de negócios e aprimora sua capacidade de se inserir e explorar as oportunidades existentes no mercado, preservando os avanços alcançados sem o uso de nenhuma técnica muito sofisticada.
De forma simplificada e prática, podemos dizer que planejamento estratégico é o conjunto das tarefas que você precisa executar para administrar bem o seu negócio, sabendo o que quer e para onde está indo - e como!
Esse modelo de planejamento permite ao varejista definir de forma clara quais as suas forças e suas fraquezas para elaborar um plano de ação focado em seus pontos fortes e também identificar e corrigir os pontos fracos, vistos como oportunidades de melhoria.
Uma boa ferramenta para ajudá-lo a pensar de forma mais metódica e organizada sobre o seu negócio é fazer uma análise SWOT (ou FOFA, em português), técnica de planejamento estratégico utilizada para auxiliar pessoas ou organizações a identificar forças, fraquezas, oportunidades, e ameaças relacionadas à competição em negócios ou planejamento de projetos.
Finanças
Cuidar do seu dinheiro deve ser a mais negligenciada das coisas importantes a fazer, sendo comum controlar os saldos bancários sem atenção, não separando corretamente os recursos do negócio e pessoais e fazendo controle pouco eficiente dos valores a pagar e a receber. Esta é uma tarefa típica e exemplar para utilizar a tecnologia de terceiros, sendo pouco dispendioso ter softwares de gestão de vendas e do fluxo de caixa automáticos ou de integração de todos os canais de venda.
A sua parte é definir bem a necessidade de “geração de caixa” do negócio - quando eu preciso ter em caixa a cada período para pagar todas as minhas obrigações (aluguel, fornecedores, manutenção, energia e marketing, por exemplo). Você poderá, a cada momento, avaliar que precisa, por exemplo, antecipar os recebíveis (o que já vendeu e ainda não recebeu), uma das formas de empréstimo mais simples e mais baratas do mercado.
Lá no planejamento estratégico você já terá calculado o lucro, que você espera ter como retorno do seu investimento e também estudado os preços e os modelos de operação de seus concorrentes.
O concorrente
O concorrente não é seu amigo e nem seu adversário, mas ele pode ajudar você a ter sucesso, estudando o que ele faz de melhor e também quais são os pontos fracos dele - uma SWOT da concorrência! Competidores existem em todos os segmentos de mercado, assim é importante pensar em estratégias que fujam do padrão para se posicionar como uma marca diferente.
Você já ouviu falar em benchmarking? A palavra de origem inglesa significa “referência”, e para um empreendedor indica o seu concorrente modelo, que pode até mesmo ser de outro segmento de mercado, mas ter qualidade de operação que você gostaria de emular.
Defina o nicho do mercado no qual você atua e tenha certeza do seu público-alvo, e procure personalizar o seu produto ou serviço para o estilo de vida do seu consumidor. E, estudando seus concorrentes, procure identificar onde você poderia se distinguir deles, como poderia oferecer a seus clientes uma melhor experiência, a chamada customer experience, em português experiência do cliente, conceito que envolve etapas de interação entre a empresa e seu consumidor.
Mas, não basta você copiar um modelo que deu certo, especialmente porque as condições não se repetirão da mesma forma. É necessário avaliar as condições de mercado - oferta e demanda - e logística dentro da realidade de seu negócio e aplicar ações adaptadas às necessidades dos seus clientes. Tenha a mente aberta, em algumas oportunidades o concorrente não precisa ser visto como um adversário, mas sim como um aliado, pois é possível que as suas empresas ofereçam bens ou serviços.
Ouça o cliente
Até mesmo antes de concretizar a existência do seu negócio, quando você ainda está naquela fase meio de sonho e meio de planejamento, você deve começar a ouvir o seu cliente. Talvez você já tenha experiência no ramo escolhido, mas também pode estar começando uma atividade inteiramente nova - o que é muito comum no ramo de franquias, por exemplo.
É claro que existem diferentes formas de ouvir os clientes, desde as pesquisas de mercado até simplesmente conversar mesmo, nos contatos interpessoais e principalmente nos meios digitais, das pesquisas Google ao seu serviço de atendimento ao cliente.
Algumas perguntas que você pode fazer:
- Como você escolhe esse produto hoje e por qual meio prefere comprá-lo?
- Quais são as dificuldades que encontra hoje para fazer a sua compra?
- O que você gostaria de encontrar (facilidades) em sua próxima jornada de compra?
- O que faria você repetir a sua escolha de loja?
- O que faria você abandonar a sua escolha de loja?
O cliente deve sempre estar no centro de sua atenção e de suas preocupações, pois conforme ele tenha uma melhor ou pior experiência na jornada de consumo com o seu empreendimento, tendo concluído uma compra ou não, você terá maior ou menor sucesso.
Invista em tecnologia
Tecnologia embarcada é parte essencial em empreendimentos de qualquer porte atualmente, para dentro e para fora da empresa.
Você precisa estar em todos os canais de consumo, sejam físicos, digitais ou integrados, precisa oferecer várias opções de pagamento, de boletos tradicionais ao Pix, precisa gerir de forma ágil suas vendas e seus estoques e muito mais. E tudo com muita segurança, para as transações e para os dados dos clientes. E não será com os velhos “livro razão” que conseguirá fazer isto.
Felizmente, existem soluções prontas para todas essas necessidades, atendendo de um artesão a uma marca que se expande com o sistema de franquias. Procure empresas que ofereçam soluções completas e com tradição no mercado.
Meios de pagamento
Nas lojas físicas a demora no atendimento e no pagamento não podem acontecer e, além das diversidades de meios de pagamento, acrescente gentileza e um ambiente que receba e estimule os clientes.
Agora, se o seu cliente é habituado a comprar via e-mail ou redes sociais como Instagram, Facebook ou até pelo envio de catálogo de produtos pelo WhatsApp, invista em link de pagamento, especialmente porque o microempreendedor ou a microempresa não precisa criar ou ter que manter site, loja virtual ou estar presente em um marketplace (“mercados virtuais”, que oferecem produtos de diferentes marcas), driblando assim despesas e intermediários no dia a dia dos negócios.
Com uma tecnologia confiável, o vendedor pode focar as atenções na satisfação do cliente e no crescimento da empresa.
